Adoro ficar olhando revistas na banca. Aliás, sempre comprei muitas revistas e livros. Hábito antigo, desde que me lembro de mim, já era frequentadora de bancas de jornais e revistas e uma leitora voraz. Não posso passar por uma banca, a atração é irresistível, nem que seja para dar uma olhadinha....
E num dia desss, nessa tal olhadinha, passei os olhos por uma reportagem da Revista Bons Fluidos, que me chamou a atenção e não saiu da minha cabeça.
Falava do hábito de acumularmos coisas, como uma característica humana.E a repórter parte para a busca de 100 coisas para jogar fora ou se desfazer, doar, reciclar.
E o mais legal: lista tudo o que vai encontrando pela casa toda.
Eu fui lendo aquela lista (tudo isso na banca...e nem me expulsaram!!!!!! ) e me identificando muito. Percebi na hora que também tenho muitas daquelas coisas inúteis que me espantaram na lista atravancando meus armários, meu computador, minha cabeça, minha vida.... Pois é, o desafio não é mexer simplesmente em objetos, mas roupas, e-mails, sentimentos, alimentos, quilos a mais , tudo.....
Eu vim pra casa com aquela idéia na cabeça. E tudo o que eu olhava ficava pensando: é útil, eu uso?
No final de semana não resisti: abri o armário e mãos à obra. O que mais tenho e sempre tive são papéis. E foi por eles que comecei a faxina. Papéis do tempo da faculdade, desenhos, livros copiados, agendas antigas, nada escapou.
Vi quanta coisa não usava há anos. Vi quanta coisa ainda não estou pronta prá jogar fora.
Organizei o que sobrou ( e ainda é bastante) em pastas coloridas, por assunto, e vamos ver se com mais fácil acesso e sabendo o que tenho, uso mais.
Aí parti para o material de artesanato. Tenho muita coisa, porque adoro fazer trabalhos manuais. Mas ultimamente me falta tempo, e as coisas ficam apenas guardadas esperando este dia que nunca chega de fazer aquele trabalho incrível.
Percebi materiais vencidos, materiais que nunca usei e nunca vou usar, materiais que poderiam servir para outras pessoas. Separei o que poderia doar ( e já estou encaminhando) e o resto: lixo! Reciclável ou orgânico, tudo separadinho.
Agora não consigo parar o processo: tudo que olho, pela casa toda, quero mexer, descobrir o que tem, separar. Como vou usar algo que nem sei que eu tenho? Descobri que tenho comida estocada para um mês ou mais, mas mesmo assim vou semanalmente ao mercado. Nossa, nem sabia que tinha grão de bico, que adoro e não faço há tempos!
Não sabia que tinha tantos cremes! E raramente uso, nem sou de comprar tantos assim. Mas tenho vários, cremes para as mãos, para os cabelos, para o corpo. Eu tenho esmaltes, e raramente uso. Colquei à vista e vou tentar usar, senão.... vão embora. É quase uma sentença de morte. Lembrei de um episódio do seriado: Eu, a Patroa e as Crianças, que adorava assistir, onde a casal se desafia a usar roupas antigas por uma semana, o que não for usado, será doado. Interessante forma de emxergar as coisas que guardamos. Pensando bem, acho que em uma semana não uso tudo que tenho, e olha que sempre reclamo que não tenho roupa!
E os e-mails? Nossa, não sei porque preciso ficar guardando mais de 200 mensagens, algumas sequer abertas. E isso que tenho três endereços diferentes! Já estou organizando, mas é muita coisa, demora!
Mas dos livros não consigo me desfazer. Estes não fazem parte do processo de desapego, pelo menos ainda não.... Pelo menos sobrou mais espaço para eles no meu quarto.
Pois é, percebi que gerei lixo correspondente a um mês inteiro em minha casa! Alguma coisa doei ou reciclei, mas muito foi para o seletivo. Mas isso me fez pensar que devo prestar atenção na hora de comprar coisas, ver se realmente preciso delas.
Ainda estou neste processo, muita coisa falta mexer. Os sentimentos guardados, as mágoas, os medos, as dúvidas, as lembranças, sonhos, ilusões. Aos poucos vamos ver que vai sobrar....
Confira a reportagem, se interessar... e tiver pronto/a para o desapego.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Faxina Geral
Postado por
Rosana Guarese
às
15:22
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